quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Esquentar, verbo "praticante".


Quando era pequena o colo de minha mãe era o único refúgio que encontrava quando tinha as bochechas encharcadas de lágrimas. Lágrimas que ainda derramo como um grande bebê precisando de colo quentinho.
Sentia tudo esquentar, desde os pezinhos até a testa lisa de inocência. E a sensação fria da tristeza de meu chorar parecia que me abandonava aos poucos, deixando minha alma tão mais frágil em paz.

Logo, crescendo, sentia que bastava estar quentinha para me sentir protegida, de bem com o mundo, aconchegada. O gelado me afastava, me machucava, o quente e acolhedor sempre me cativou. Mas nao sabia muito bem como, nem de onde vinha, pois me bastava sentir um calor no coração que tudo parecia ir muito bem.

Então, amadurecendo, percebi o poder de esquentar dos outros. Que esse calor no coração vinha nãode mim, mas daqueles que me fazem bem, que me passam esse calor de seus corações. Foi até que, hoje, me disseram que uma das maiores qualidades das pessoas é a de aquecer corações. Talvez eu já soubesse, mas dito por alguém que te esquenta o coração é muito mais nítido e verdadeiro. Admirável !

E agora, tarde, no começo de outro dia, debaixo das cobertas e quentinha, protegida, pensei: essas tais pessoas são algo como colo de mãe, que te esquentam, te protegem e te fazem sentir tão bem que espantam qualquer frio que possa querer te gelar o corpo. E isso com tanta facilidade, transbordando carinho pelos poros, te brindando uma amizade cheinha de calor e cumplicidade.
Querer mais ?! Não precisa !

E aos frios, lhes digo: experimentem o esquentar de alguém, vicia e faz sorrir sem nem piscar.

Pri Fierro

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