quarta-feira, 19 de dezembro de 2012



Amor é estado de graça
Vem quietinho
Na ponta do pé
Não dá susto nem cochicha
É nosso
Feito serpentina no carnaval
Feito comida italiana
E oriental também.
Amor quando é amor grita
Incha
Explode
Amor quando é amor
É amor
E mais nada.
É de graça
É leve feito o vento
É doce feito o teu perfume.
Amor é amor quando não é tristeza
Porque tristeza atrai dor
E dor pode até rimar com amor
Mas amor é amor
E dor... A gente deixa para outro poema
Porque esse é sobre amor
E mais nada.
Amor.

(Elizza Barreto)


Thati.oc

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

"A dor passa, aquele alguém "insubstituível" vai embora, o foco muda, o sentimento aumenta, a maturidade aparece, o que é verdadeiro permanece ou retorna. Início, meio e fim, sofrer, chorar, cair, surpreender, ressurgir, sorrir, ganhar, vencer, merecer. Isto é apenas um mero resumo da vida, sem entrar em detalhes é assim que acontece. Hoje estou melhor que há 2 anos atrás, eu quebrei a cara várias
 vezes até aprender, perdi a conta de quantas vezes quis pular do alto de um prédio, de quantos me decepcionaram, de quantas lágrimas eu segurei. Deixei pra trás um pouco da inocência mas carrego comigo muita fé e coragem, não costumo me mostrar exatamente como sou, gosto que descubram, que conquistem.
Me entrego a tudo que me encanta, de corpo e alma, vou com o coração e talvez sem muito uso da razão. Deixo os sonhos me guiarem, minhas teorias falarem por mim, meu lado negro me defender de gente ruim, eu vou indo, apesar de algumas quedas e leves tristezas acho o viver fascinante, o comparo como uma droga, quanto mais vivo, mais quero viver, quero mais e mais, menos de nada, experimentar tudo: ter inimigos, desafiar, provocar, amar descontroladamente, cometer pecados, ter paixões quentes e conhecer o amor mais doce e puro... vivo nos extremos, não gosto do meio, detesto em demasia ou amo enlouquecidamente.
Tudo ao seu tempo, aceitando os fatos e nunca esquecendo que os momentos sempre passam, que lugar de passado é na memória, que lugar de sonho é na realidade e que nem o menor acontecimento é por acaso."

(Victória Ramos)








Thati.oc

domingo, 9 de dezembro de 2012

Algumas sensações I

"...toda vez que confirmo que você não sente nada por mim;
é uma pontada no peito, uma facada no estômago;
uma topada no dedinho do pé."

Priscilla Fierro (um bilhetinho perdido e estranhamento encontrado em um dia estranho)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Um bilhetinho



"E você precisa viver!!! Precisa de alguém que faça você se livrar das barreiras, que te dê coragem, que te impulsione. Eu não vejo ele fazendo isso tão bem...
Não sei. Eu acho que você tem que viver, amadurecer e virar esse jogo aí. Pq eu sei que é dele que você gosta. Afinal, já se foi tanto tempo..
Mas, se por outro lado você tiver que esquecer.. não será o primeiro, e nem será o último certo? Eu to usando a minha capacidade de perder rápido o foco com as coisas certas, pra tentar perder o foco de certas pessoas, e tá dando certo."

Sabe aquelas pessoas que você ama muito? E que mal sabem elas, mas são elas que te ajudam a impulsionar a procurar outras pessoas que te impulsionem!! Adoro receber bilhetinhos de pessoas certas. Essa rotina me faz bem.

Bom, agora virou um monólogo. E fica difícil virar tudo sozinha, preciso de um outro alguém. 
(aqui ela olhou para o espelho, então soltou o seu maior segredo: porém, não é fácil)

Thati.oc



quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Apaixone-se



Me calei, e não deu certo. Em seguida, gritei várias vezes, porque definitivamente você precisa se posicionar, não tem como ser meio termo. A vida te pede isso, o começo ou final pede esclarecimentos. As coisas esquentam e esfriam, oscilam sempre desta maneira. Até o momento em que você encontra pessoas que te facilitam a viver. O passado precisa ficar para trás (não consigo!), não tem como viver da incerteza do que não foi. Aquele friozinho na barriga da incerteza do futuro é mais excitante. Outros olhares que tirem a sua respiração, que te impulsionem, te acompanhem sem medo algum, é disso que a gente precisa! A gente deveria viver, nos permitir! Eu quero uma aventura. Mesmo que agora seja eu pra lá, e você pra cá. Acho que tem que ser assim. Não quero dançar sob a nostalgia, eu quero um samba novo, preciso de um amor sólido nas amizades e nos relacionamentos. Ao mesmo tempo que sinto um vazio, eu sinto que o novo está chegando. Agora as coisas precisam seguir o seu rumo.

Agora eu falo baixinho, beijo de mansinho, ando devagarinho, te olho rapidinho... "porque quem vai de não, não chega, não".

Thati.oc

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Pausas



Apaguei as luzes, sentei no chão, e ali eu parei, respirei e senti. A janela permaneceu aberta, e eu podia ver o céu, os planos, e o que era para sempre. O tempo parou...
Que sensação mais estranha. Pensar em você tem sido algo constante. O que é um saco também, porque você não se permite, e hoje eu só me doou para quem se permite (é ruim sentir algo sozinha, você sempre fala entre linhas, e eu fico tentando decifrar, mas na verdade posso estar só pirando, porque você pode não querer dizer nada). Mesmo eu que lutei tanto para não sentir nada por você (sempre tive medo), hoje eu vi que sempre senti.

Cala. Respira. Chora. Sorri. Sente. Grita. Fala. Esconde. Pausa. Amizade.

Estamos nesta constante pausa. Quando um fala, outro cala. Quando um sente, o outro se engana. E agora parece que ficou tudo mais difícil. Essas pausas me deixam vazia. Queria poder mudar tudo entre a gente, tem como ser mais fácil. Mas agora a responsabilidade é do vento. Mas vale pensar que quem deixa a porta  aberta é a gente. Estamos dispostos?

Ao mesmo tempo que me perco nas possibilidades, ela é a única que até hoje conseguiu me trazer a sensação de conforto.

Thati.oc


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Entre as bitucas de cigarro

O cinzeiro cheio de bitucas, a janela escancarada e o vento frio invadindo o apartamento vazio.
Só um corpo habitava ali.
Um corpo, mil confusões, milhares de impulsos, inconstância de alma que nunca se viu.
O peito apertava, a respiração não sabia por onde respirar, não sabia por que respirar, e ela se mantinha em pé com mais um cigarro em mãos - tragando a fumaça como se as coisas pudessem se arrumar assim.
A vida parecia de ponta cabeça, não terminava nada.
Não começava nada.
As coisas começavam a dar certo pra logo darem mais errado ainda e, como se fosse justo com ela, se arrebentarem em chateação, encheção, birrinhas que: "Acredite, já não tenho paciência pr'essas coisas".
Dialogava sozinha no quarto lotado de almas, todas expostas em suas paredes.
Se perdia em falas vazias e sem sentido.
Já não sabia aonde ia, da onde vinha, pra que iria.
Se perdia e logo fugia.
Fugindo, desaparecia de si e podia respirar um ar que não lhe perseguia todos os dias, que não era aquele mesmo de sempre. Buscava outros ares. Ares que inflamassem seus pulmões e a fariam viva, atenta, curiosa por um novo cheiro, uma nova cor, por mil sabores.
Sabores ansiosos por sua língua - sua língua e a de mais ninguém.
Fugir, quem disse que podia ?
Exalava o cheiro da liberdade - flutuava em desejos e vontades.
Alguém lhe agarrava os pés, chão.
Uma bituca voava
Mesmo cigarro, mesma fumaça.

Priscilla Fierro (lamentando pelos que são liberdade e há quem lhes traga pro chão)

[Des]amor

"Coração fica pequenino, parece que quase deixa de querer bater
Tá desistindo. Já desistiu ?
Parece cansaço, chegada hora em que coração pensa que seguir batendo não vale mais a pena,
já foi pra nunca mais.
Quer dormir uma soneca pós almoço de família,
os olhos fecham, fica devagarinho querendo matar o dono de coração.
Pesado, apoia os cotovelos na mesa e suspira forte uma batida lenta,
espaçada,
Triste.

- Vem, descansa, coração."

Priscilla Fierro

sábado, 3 de novembro de 2012




Não sou escravo de ninguém
Ninguém, senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E, por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz.
Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais.
Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.
Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição,
O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos.
Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra tem a lua, tem estrelas
E sempre terá.
II
Quase acreditei na sua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa.
Quase acreditei, quase acreditei
E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.
Olha o sopro do dragão...
III
É a verdade o que assombra
O descaso que condena,
A estupidez, o que destrói
Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais
Tenho os sentidos já dormentes,
O corpo quer, a alma entende.
Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos.
Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.
Não me entrego sem lutar
Tenho, ainda, coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então.
IV
- Tudo passa, tudo passará...
E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.
E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos 

Thati.oc

Com ou sem suín, com ou sem suín



É uma tristeza cheia de ausência. Sabe quando você acorda e você se sente protegido e com pessoas boas ao seu redor?  E então, depois quando tudo passa, e chega o final do dia você descobre que já não tem mais ninguém que você queria que estivesse? Nada funciona com essas pessoas que restaram, ou chegaram. Tudo começou assim, a única diferença é que ainda não terminou.
É bom quando toca a sua música favorita e você começa a dançar, e quando nota já se entregou no seu ritmo. Porém, quando você sente que desta vez você terá que dançá-la sozinha é pior. É como se tivesse sido abandonada. Primeiro, eu tive que me despedir de tudo, mas eu acreditei que seria melhor (ainda tento acreditar). Mas conforme o tempo passa, de quem eu sentia saudade, já não sinto mais, de outros só me acostumei com a saudade, e outros se ausentaram com a maior rapidez que quando fui tentar pensar nestas pessoas, já não me lembro mais onde era para eles estarem. Ou seja, no final aquela proteção foi embora, e agora eu tenho que me redescobrir sozinha, melhor seria ter alguém para me ajudar, mas não posso escolher nada. Talvez isso seja amadurecer, e é bom saber viver por si só, só não tenho certeza de como fazer isso. E nem se essa seria a melhor conclusão.
Pior deve ser ter que me convencer que está tudo certo, e que um dia tudo vai se encaixar. Mas na verdade é uma merda você ter que pensar nisso todos os dias, você tem que carregar seus escolhas, seu corpo, suas necessidades, a saudade, a esperança, a tristeza... É um peso enorme, queria ter comigo somente a tranquilidade, para que ora ou outra venha a felicidade como quem não quer nada. 
Para me ajudar um anjo me enviou uma carta (só pode ter sido um anjo), e dizia que era para eu não me desesperar, que tudo iria se acertar, aos poucos, mas iria. E que eu preciso escolher o que eu gosto de fazer e ir atrás disto. E sempre me lembrar que o mundo vai além de mim. 
Mas agora eu me pergunto... O que eu realmente gosto? Minha cabeça dói, meus olhos queimam, e a vontade de chorar volta sempre que eu penso nisso, e vejo que não tenho nada e nem vontade de fazer nada por hora. 

Aqueles velhos amigos não imaginam o que você sente, alguns só por não saberem e outros só por não perguntarem. E os novos amigos, talvez um dia, tomaremos aquela cerveja e, veremos no que vai dar. 

Thati.oc

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Papos no meio da noite (II)


era um papo de não-me-lembro-bem-o-que regado a cerveja e risadinhas quando, no meio da calçada esfumaçada, apareceu o trabalhador contando sua história. dizia que trabalhava com ar condicionados, na construção ali do lado, "se quiserem podem passar lá e perguntar por mim !", deu nome, sobrenome, apelido e residência. disse que deixava o rg "caso queiram ter certeza da minha palavra", morava com a mãe, trabalhava com o irmão e o chefe havia atrasado o pagamento deixando-o sem dinheiro pro transporte. morava longe, pra zona norte da cidade, pegava dois busões, "um me deixa no ponto perto de casa", e precisava de seis reais pra chegar - coisa que não tinha já que o cartão descarregou, "imprevistos".
conversamos, um dos participantes arranjou a grana e mais ! caso mais alguma coisa acontecesse. houve revolta com o chefe sacana, perguntas sobre seu trabalho, cansaço, a mãe, o irmão, a residência, "não ! não ! nós confiamos, não se preocupe !". conversa vai, conversa vem, muitos assuntos, cigarros, cervejas, o trabalhador ali entretido até o momento em que anunciou sua partida. porém, antes, com alguma revolta nos olhos, desabou algumas palavras que nunca acreditei que ouviria assim, de graça, no meio das cervejas, de alguém que já havia dito e redito a altura de sua religiosidade:

- fico mal às vezes, me dá uma vontade grande de chorar quando chego em casa cansado, sem um puto pra poder fazer as coisas melhores. rezo todos os dias, frequento a igreja, pago o dízimo direito, sem atrasos ! mas deus não me escuta. parece que não escuta. os caras aí são pilantrões, sacanas, abusam de todo mundo e tão benzão da vida ! tem dinheiro pra dar e vender ! até cachorro vive melhor que o homem ! e eu aqui, me lascando e deus nem aí .. deus nem aí pra mim, pra minha mãe, pra ninguém que eu conheço. fico me perguntando se vale a pena, se lá no céu vou ter mesmo uma vida boa .. eu queria uma vida boa aqui, né ? mas fico me perguntando se essa vida de sofrimento vai me trazer alguma coisa. eu rezo e não me ouvem. isso é de lascar, cara. isso é de revoltar qualquer um !

na hora, só pensei no tal do "deus dará, deus dará, diz que deus dará".
na hora, só pensei na minha revolta de exploração.
na hora, só queria era achar uma resposta no fundo do copo, beber e soltar pros olhos aflitos.
na hora, só concordei com a cabeça...

pô, "deus" também é sacana, ein ?

Priscilla Fierro (baseando-me em fatos reais)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Diálogos reinventados III

- O que te faz gostar de mim ?
- Ah, são muitas coisas .. mas ... tem algo que você me remete desde o dia que te vi. Uma coisa que eu acho tão bonita, que sempre me fascinou, que eu sempre admirei. Não sei, eu anseio em ter e você .. você tem esse rosto, esse cheiro, esse sorriso. Você me remete a isso e é uma das coisas que me fazem gostar de você ...
- O que ? Não consigo entender ..
- Não sei, pra mim ... pra mim você tem cara de liberdade.
- Liberdade ? Eu ? Hm. Se você soubesse a prisão que existe dentro de mim.
- Liberdade, sim. Você ! Ah ! Se você soubesse como é linda a liberdade que existe dentro de você...

[continuava]

Priscilla Fierro

sábado, 13 de outubro de 2012

Perder a fé, sem deixar tê-la.

Ás vezes, o inesperado vem como um onda. Te deixa meio sem fôlego e, então você tenta não me perder o equilíbrio e a respiração. Tem tudo pra dar certo quando você já estava perdida. 
Incrível como minutos de uma ligação pode mudar o seu rumo por alguns dias, quem sabe por algumas anos, senão a vida toda, até que venha outros momentos inesperados. 

Thati.oc

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

É uma pena!

Perdi o controle! Sinto tanta falta do porto-segura, e o que na verdade nunca me segurou. Das palavras e olhares que me tiraram o fôlego, que fazia meu coração acelerar. E eu conseguia esconder isso de todo mundo. Era tão fácil sentir que você era a pessoa certa para estar ao meu lado. Mas acabou que me perdi, e você desistiu de mim. A pior parte é ter a certeza que você desistiu de mim.
Agora eu peço um drink sem esperar mais nada. Na verdade nunca fui de acreditar nas pessoas, e em nenhum sentimento além do egoísmo.
Enfim, volto ao meu drink de todas as sextas-feiras, e conheço pessoas que não fazem sentindo, até que vem outro drink e com um telefone de alguém que eu não esperava rever. Não era você, você eu sempre esperei rever, mas era ele! Talvez agora a diferença venha valer a pena. O problema será eu conseguir não afastar ele, como eu sinto que te afasto sempre. 
Agora tenho que fazer o meu próprio drink e não parar de me enganar. Não perdi aquela velha mania de sonhar. Queria poder continuar falando, e parar de gritar em todos os meus sentimentos. Mas acho que você já se cansou de mim, e tenho medo de desistir do pouco que tem de mim em você, mesmo que eu sinta que não seja nada grande, porém, eu sinto como se eu tivesse viva dentro de você.
Acho que um dia precisarei de alguém que não só não desista de mim, mas alguém que me ajude a não desista de mim também  Isso não é uma cobrança, porque de verdade... não consigo mais esperar nada de você, e isso já se tornou um hábito, não sofro mais, fique tranquilo. E não por você ser uma pessoa ruim (sei que não é!), é porque eu sinto que você realmente quer continuar a desistir de mim. Vai ser sempre assim.
Se eu apenas tivesse certeza...

Thati.oc

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Medos

Você vai e vem! Não sei mais se é você, ou se sou eu que sempre te deixo aqui.
E o pior, é que eu me sinto muito mais sozinha quando você volta.

Mas, pode ser tudo coisa da minha cabeça, talvez não exista este "eu e você" e, nada mais existe desse tal de "nós".
Talvez tudo clichê.

thati.oc

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Tema de segunda feira.

Desde pequena pensava que aos poucos enlouquecia.
Quanto mais dias de vida se passavam, mais a ideia de que envelhecia pinel tinha.
Rodeada de malucos, matusquelas, loucos de pedra,
Vivenciava seu futuro a cada rua que descia,
Subia,
Endoidecia ... se entristecia ...

Se esquecia.

Priscilla Fierro

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Maldade

Há um espaço muito grande entre eu e você. Você é fodido e eu quero a minha paz.

Que a vida dê um jeito nisso, e que seja em breve. Por favor!

Thati.oc


domingo, 23 de setembro de 2012

De fato, estou viva?




Quando eu acordei estava tudo ao revés, do mundo e de mim! Tudo então era o caos, depois começou a fazer sentido (lê-se: prazer). Passaram tantas pessoas na minha vida, algumas definitivamente foram embora, sem ao menos dizer adeus. Parando para pensar, são elas as que mais de trouxeram problemas (e quanto as que ainda estão trazendo, elas vão embora também? Não preciso mais me preocupar?). Sempre tive a tendência de me preocupar com tudo, eu disse TUDO! Agora eu consigo ver que o que aprendi é que talvez eu não tivesse que ter me preocupado, porque afinal o que é para ir embora, sempre vai embora (é?). E só me deixou lembranças de um passado não tão bom. Mas talvez tenha valido a pena, porque eu consegui me enxergar melhor. E também o que realmente são as outras pessoas. Nunca fui de confiar em ninguém. Meu maior defeito e qualidade é esse. Ah, como é difícil confiar nas pessoas, confiar em Deus, confiar em mim. Como é difícil saber que nem tudo depende de mim, e que nem sempre o que “certo” é o melhor. Ah, cansa sempre ficar pensando.
Mas é incrível como todo mundo sempre olha para seu próprio umbigo, custe o que custar eles não se importam com você. E isso não só no amor, mas na amizade, na cumplicidade, família, trabalho, faculdade, comprometimento. Opa, comprometimento e cumplicidade está ai algo que não combina com a realidade. É sempre esse “disse me disse” de que o mundo pode ser melhor, que as pessoas são boas, mas de que o que as estraga é a sociedade, e afins. É isso mesmo? Tá, e se for? Faço o que com isso? Que culpa eu tenho disso? Aí eu tenho que ficar rezando pelos cantos para eu conseguir me encaixar ao que esperam de mim? Ou até mesmo o que esperam de você? Não, como eu disse, hoje acordou tudo ao revés.
Era pra ser um dia diferente, ou melhor, um dia de realização de propósitos. Estou cheia de coisas para fazer. Mas não sai da minha mente aquele que tenta machucar a minha família, aquelas pessoas desequilibradas que não querem mais se sentir sozinha, e que vivem como se fossem o próprio inferno astral, o meu e o delas. Mas e eu com isso? Era para eu morar em um lugar tranquilo onde não se ouvem vizinhos, senão pássaros cantando sua liberdade. E que mesmo eles vendo cada passo de loucura que nós damos, não pestanejam em cantar suas músicas. Eu queria ser como um pássaro, ser livre. Mas até que ponto conseguiria ser livre de verdade? Na verdade, eu só não queria me preocupar com pessoas patéticas. De fato, tem muita gente patética para pouco mundo.
E eu tenho que acordar, lavar meu rosto, fazer minha corrida matinal, organizar meu trabalho, e que de fato é difícil não trazê-lo para casa. E ainda tenho que sorrir para os problemas, e até para quem eu não gosto. Talvez eu tenha mesmo, mas é que hoje eu “dominguei”. Perdi o controle de todos os meus sentidos. É para fazer sentindo mesmo?
Por que eu apenas não consigo viver como quem não se importa, ou ao menos que sabem lidar de forma madura com seus problemas? E essas pessoas, como elas são por dentro? Será que elas estão vazias e se enganado, e sendo preenchidas com toda essa frieza em tempos de cólera?
Outro dia eu volto a pensar nisso, agora estou cansada demais de segurar meus sentimentos, de tentar controlar tudo, de não poder mandar ir se fuder quem eu quiser, ou até mesmo só quem me der vontade de dizer isso. Bom, tenho muito trabalho para fazer. Mas hoje não há tempo para os assuntos pessoas, tenho que ignorar (tá ai outra palavra que me deixa intrigada, mas outro dia falo disso). Vou colocar um moletom e terminar os trabalhos profissionais, e ainda me sentar à mesa para almoçar com o sorriso. Preciso dar apoio ao que valem a pena, e tentar rezar para os que não valem nem o que comem.

"Porque amar é uma arte, e nem todo mundo é artista." 
- Renato Russo

oc

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Das cartas imaginárias e pedaços de textos encontrados.

"...não combino com a cabine trancada, com apenas um telefone público, um número e uma ficha, que acabei me trancando sem perceber.

não combino com a sobrexposição de meus ossos, vísceras, carne e sangue, que insisto em cuspir no mundo. nos olhos dos outros. ejacular em boca alheia. vomitar na sarjeta.

não combino com a prisão em que me tornei, desde o momento em que me vi perdida entre mim e o mundo lá fora .. que foi aumentando, aumentando, aumentando em uma proporção que me agonizou ! mas, logo, diminuiu com uma velocidade que me sufocou.

que me sufoca.

parece que sempre são as mesmas caras.

parece que sempre são os mesmos sentimentos.

tudo parece falso aos olhos de quem vejo.

e os cacos que serviam para me agregar, hoje, me espetam em um vodoo sádico, cheio de confusões sentimentais que, entenda; não combinam comigo.."

- encontrei esse texto jogado em minhas coisas: "mais um momento meu", pensei em seguida ao drama que pairava em minha cabeça no momento em que decidi limpar minhas coisas - escrever esse texto.
engraçado, você está nele também.
você, ele, ela, os outros, umas tantas outras, esses, aqueles e eu; claro, eu mais que tudo estou nele.
o texto é sobre mim, afinal das contas. sobre como eu me sinto com essa intrusa que sou, desde um tempo atrás: "difícil"[...]
-
[...]ontem ouvi umas poucas coisas, dessas que me deram vontade de questionar. não o fiz. já não tem sentido. hoje vi outras tantas, de muitas partes, umas eu questionei por ter a abertura de fazê-lo - outras seguem guardadas aqui - e essas outras, como aquela outra que ouvi, são destinados a você.
é engraçado, ouvi de outra coisas que eu nunca imaginei ouvir de você. pelo menos, não como eu imaginava que as coisas poderiam ter sido, foram, são. mas é isso, imagino demais, creio.
agora tem ela, não aquela, ela. ela mesma. a quem corro chorando quando quem me magoa é aquela - ou você - ou ele - ou qualquer outra coisa do mundo.
ela tem o colo quente, do calor que faz por lá aonde está. me seca as lágrimas sem dizer palavra. me cuida sem se cansar; pelo menos, não parece se cansar tanto pra mim - por mim.
isso é grande.
me pergunto, então, porque divido dentro de mim uma grandeza assim com essa sua pequeneza aparente ? afinal, não significo merda para a sua vida.
ou para a dela, por mais que ela diga que sim.
menos para dele, que tem elas mil ao seu lado.
aliás, não significo merda para muita gente que anda por aí e, sabe ? isso não me incomoda. então, me pergunto, por que me incomoda não significar pra vocês ?
-
Sinto menos, é verdade. mas sinto bonito e me dói, me dói ainda a saudade de nada que aconteceu, de nada que significou, de nada que tive com ninguém.
Ela ama outra.
Aquela ama ninguém.
Ele ama todas.
Ela ama a mim.

E eu amo a todos, sem saber por quê[...]-

Pri Fierro

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Falando em bichos ... [II]

"Você é só mais um desses. Esses, onde o umbigo é maior do que todas as outras partes do corpo.
Você, é só mais um desses.
Mente, desmente, inventa, enrola, manipula, se faz.
Mais um desses.
Queria te dizer que o reflexo que você faz nos outros é, justamente, esse do qual você reclama;

Vai continuar sendo incompleto enquanto o incompleto for você."

Pri Fierro

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Procurar.

"Andou buscando em todo canto, andou olhando em cada olho, andou cheirando cada roupa dos seres que passeavam por perto. Nada.
Nem um pulinho dava.
Se enrolou em cabelos alheios, se lambuzou de gostos tortos, sentiu o beijo do pássaro que voava mais alto. Nada.
Nem um pulinho dava.
Porém, toda vez que o encontro se dava, toda vez que se topava, toda vez que se virava e se deslumbrava. Sentia.
Não, logo se apressava em se acalmar..."

Pri Fierro (texto antigo)

terça-feira, 31 de julho de 2012

Eu sei que você sabe.

"...foi outro dia quando isso aconteceu, sei lá, não sei muito bem o que me deu, só sei que deu. Deu que eu fiquei toda empipocada, inquieta, com a respiração maluca ! Parecia que o peito ia se abrir ao meio, o coração saltar igual um sapo que foge das mãos da criança que maltrata. Foi estranho... caótico !! Achei que tava enlouquecendo, sério mesmo. Quis pular pela janela pra ver se rolava de voar... acredita ? Pois sim. Juro pra você, rolou até uma vontade de provar a morte, de constatar se essa coisa existe mesmo. Se Deus, céu, karma, purgatório, paraíso, inferno, vida após... se essas coisas existem de fato. Pensei em me jogar na frente do ônibus.. não, do carro.. okai, da moto. E então, cocei os pipocos que me empipocavam, passei as duas mãos no rosto com furor, quase arrancando minha pele. Cara, eu tava desesperada ! Respirei bem fundo, senti o estômago se contorcer todinho, virando intestino se dando nó. O coração pesado, o ar não saindo direito, uma dor, uma aflição, uma angústia e ... você não vai acreditar... minha cabeça gritou comigo mesma. Sério mesmo, gritou ! Com voz própria e tudo ! Gritou mandando eu ir embora dalí, andar, me movimentar, criar, correr, pular, viver. Disse: vive ! vive ! viva ! vive ! vive ! minha filha, viva ! viva !, toda se balançando, toda assanhada se mostrando pro mundo, me enforcando, me obrigando, me fazendo de refem de mim mesma. Sendo dominatrix em uma relação sado que eu nem gostaria de vivenciar .. mas acabo sedendo, sádica, você sabe. Sei lá, desde então a vontade de viver tomou conta de mim mais ainda. Lembra ? Já falei pra você essas coisas, você também é assim, você sabe do que eu tô falando. É uma vontade súbita, parece que vai comer a alma da gente... um movimento estranho, que estático se cansa e dá socos e mordidas nas entranhas, brigando, implorando pra se movimentar ! Pirralhinho mimado esse... sei lá, sabe ? Decidi, assim, depois disso, que tô indo embora.. tá sendo meio difícil, mas tô tentando deixar as coisas aos poucos, de maneira leve, sem me obrigar a esquecer só levando de uma maneira menos dolorida. Me convencendo de que vai ficar tudo bem e que viver, de fato, VIVER, sabe ? Não sobreviver, eu digo, VIVER DE FATO, é o caminho que vai me levar pra caminhos que eu desejo aqui, em segredo ...você sabe. Eu sei que você sabe..."

Pri Fierro

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O fim do arrependimento

Uma noite dessas, em seus sonhos inacabados, uma voz salgada de lagrimas indagou-a de frente. Metendo cara, coragem, uteros e todo quanto tipo de entranhas pra fora, para que ela de fato pensasse ... Não. Para que ela de fato sentisse a resposta da pergunta que viria a seguir:

- Arrependimentos são validos ?

Encarou o proprio rosto no espelho fundo daquelas palavras, magoadas. Fechou os olhos e pensou no machucado ja conhecido, velho companheiro, que mais uma vez, por motivos repetidos, pulsava em seu corpo. Sentiu um vazio grande, um enorme buraco negro engolindo tudo que acreditava ser verdade. Um vazio maior, como se o que tapava ele um pouco tivesse ido embora, mesmo apos um aparente arrependimento.

Queria gritar e acordar, mas a voz salgada lhe prendia naquelas sensações que não lhe deixavam dormir.

Arrependida, calada, sem ação - mais outra vez - deitou nua no chão frio do sonho, sentiu a dor do corpo, a tristeza do peito e respirou o fim do que nunca havia começado.

Pri Fierro

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Uma das perguntas que jamais serão feitas.

"Dos lugares que você já conheceu, qual você me levaria por vontade de me mostrar ?"

Pri Fierro

Diálogos inacabados

- Já houveram tantas revoluções, tantos gritos, passeatas, barulho .. nada deu certo ! Nenhum deu certo ! Por que isso, agora, que vocês fazem dariam ?! São só repetições ! Por que daria certo ?!
- Por que não poderia dar ?

Pri Fierro (não aceito um "não deu" como resposta)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Calor



Será que tem algum bilhetinho com calor e cheio de segredos para mim? Preciso sentir alguma coisa diferente.

Será que sempre baterá uma tristeza tão grande como essa, e que é vinda de um algum fracasso de nossos desejos?
Então pedimos em silêncio para ficarmos quietos. Xiuuu! E ao mesmo tempo escrevo uma carta pedindo ajuda em algum abraço quentinho para me confortar.

Thatiane.oc

terça-feira, 3 de julho de 2012

Tresler em adejo.

Parecia tudo de trás pra frente, voltando às raízes não firmadas, voando à pequenas distâncias repetidas sem uma direção, porém, com um objetivo.
Sempre o mesmo.
Sempre um.

Endoidecia, era só o que conseguia acreditar quando deitava a cabeça no travesseiro e se cobria, antes de deixar-se partir em sonhos caóticos e ternos, onde tudo via, tudo sentia, mas nada creia - treslia, se voltava ao avesso do avesso do avesso do avesso ... se perdia, e adejar não fazia com que a alma encontrasse o caminho de volta à casa.
Acordava de um pulo !
Suava com frio, caía .. abria mais os olhos diante do espelho sujo, olhava o corpo roliço, passava as mãos nos cabelos negros e respirava fundo, mandando embora toda a enganação mental, o adejo que lhe corrompia, a loucura de pensar que tudo estava caminhando de trás pra frente, que as raízes não firmes agora se firmariam aos poucos....

"Doidera. Pulsa, pulsa, pulsa. Vive, vive, vive. Doidera"

No fim, infelizmente, só sobrevivia.



Priscilla Fierro (aprendendo palavras novas e modificando textos antigos)



tresler: ler às avessas, perder o juízo, enlouquecer

adejo: ato de adejar. dar vôos curtos e repetidos sem direção certa

domingo, 13 de maio de 2012

Conversas do acaso

"...O acaso é tão verdadeiro ! Imagine, as chance de estarmos vivos agora, nesse segundo, são as menores chances do mundo, comparadas ao tanto de coisas e circunstâncias que podem nos matar. As chances de algo totalmente inesperado acontecer é muito maior do que a de você estar viva ! O acaso é lindo..."

O acaso é lindo... também.

Pri Fierro

Prece.




Fiquei olhando para as letras como se não tivessem sentido algum, mas que se fazia por necessário parte de um início que me ajudaria. Fiquei por instantes controlando as lágrimas, procurando palavras e, nada veio! O coração tremia, os olhos tinham um piscar eterno, os dedos se entrelaçavam entre os outros, quando não apenas se aqueciam com gesto de desespero entre eles. E nada veio até a mim. 

Acento, concordância, crase, vírgula, letras, palavras... e só o que me vinha eram pausas. 
Um dia eu estou aqui parada, vivendo pausas. Em outro eu sempre quero viver. É, viver. Nossa, como tem sido difícil.

- Tem alguém ai? 
- Não, não tem.
- Então quem é você? 
- A sua pausa. O que não te deixa seguir. 
- Acho que foi um engano.
- Sim, eu vivo te enganando. 
- Tchau. 
- Entre a despedida e amor existe uma pausa, cuide disso. Tchau. 

Tampei os olhos como uma criança e desatei a chorar. O que é isso que está dentro de mim? É o acaso ou o trágico? 
Caramba, eu só preciso me organizar aqui ou ir embora por um tempo. Se eu for embora terei que me despedir de todo mundo, até mesmo dos que fazem todo o meu sentido de ser o que sou. Preciso ir embora. Ou que eu não vá, mas tenha alguém que me puxe e me faça viver direito. Cansei de cuidar de todo mundo. E viver sempre neste dilema. Como uma roda-viva. Acho que não dá mais. 

Faço a minha primeira prece do ano: 

Moço ou moça.. você que está ai, e que olha por mim,
peço que eu consiga me organizar, estou lutando para isso, tentando.
Um dia a pausa me consome, e no outro eu estou aqui, pedindo (acreditando).
Marquei tudo o que tenho que fazer. São metas! 
Vamos fazer um trato? 
Até o final do ano eu as farei, e você guardará algo de especial para me entregar.
Pode ser aos poucos, não tem problema. 
O difícil é que eu só saberei se fizemos um trato ou não,
quando eu tiver feito a minha parte.
Como não tenho escolha, vou fazer a minha e esperar pela sua.. 
Melhor isso do que viver só esperando de mim. 
Boa noite, amém. 



Thati.oc 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Pequenina.

"Saltar no abismo da alma, despencar lá do topo do seu ser e planar, planar no branco, negro, azul, vermelho, laranja, amarelo, lilás, cor de rosa que a vida te oferece. Que o mundo te monta. Que as pessoas te agregam.

Saltar alto ! Fora. Se arrancar do corpo despedaçado e montá-lo em forma de montanha russa, com altos picos de loucura e sensibilidade. Curvas de amores plenos, sem escolhas de direções e aconchegos. Baixas por debaixo da terra crua, feito cobertura fria de bolo, que cobre toda a história e pessoa que envolve aquele corpo.

Voar por cima de si e pensar: que pequenino tudo se vê desde aqui..."

Pri Fierro (escrevendo no balanço dos transportes públicos)

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Pedaço de conversas

"Como se pudesse acordar no total equilíbrio de alma e corpo para logo, na hora do almoço, decair-se toda para um extremo do seu mundo. Planeta virando de ponta cabeça ! Desequilíbrio total em horas de existência !"

Ser humano e querer pular pra fora de seu corpo.

Pri Fierro

terça-feira, 1 de maio de 2012

E a vida acontece.

As coisas faziam mais sentido quando degustadas com um pouco de álcool. Era o que sempre pensava quando, só, se sentava no bar em frente ao seu apartamento pacato, naquela metrópole agitada que controlava os batimentos de seu coração.
A rejeição, amarga e grossa, como um líquido viscoso e nojento, descia por sua garganta com a ajuda da cachaça barata, seguida de um copo de cerveja que acalmava a ardência antes provocada. Não entendia porque a cabeça fazia aquela pressão, enquanto o coração dormia tranquilo e os pulmões respiravam perfeitamente bem, ainda que jogados de lado, como dois trapinhos velhos que já não servem pra mais nada que limpar chãos.
Rejeição inventada, martelava a cabeça dura que insistia em repetir pra ela mesma que nada de errado havia feito: razão, confusão, queria mesmo acreditar naquilo tudo, mas não entendia aonde errava naquela história de carinhos .. afinal, dessa vez eram mesmo apenas carinhos. Não havia sentimentos profundos envolvidos, apenas carinhos, carinhos de carências da vida onde, ás vezes, é bom compartir sem ter que se entregar até os ovários.
O ser humano sempre complicando mais do que deveria. E isso valia para ela, apenas ela e seu segundo copo de cana, que dividia aquela noite fria, aquele bar, aquela mesa e aquela cadeira de madeira tão antiga. O coração não tava partido, mas a rejeição mexia com coisas bem mais profundas e desonhecidas para ela, tão segura de si aos que olhavam ! Tão conhecedora daquela sua alma peregrina, que vagava assombrando lares e pessoas.
Mil histórias acabava inventando, acreditando, tragando, se perguntando como o interesse pelos seres humanos pra ela não acabavam com um piscar de olhos !
Mas não chorava, não ia chorar a morte de um defunto que ainda vivia dentro dela. Nem choro, nem vela, nem fita amarela.
Desce mais uma que a vida é uma festa.

Pri Fierro

domingo, 1 de abril de 2012

Algo de Noelia Palma:

"hace apenas un dolor llegué al silencio
no es este camino en blanco lo que me tiembla
sino tu nombre siempre
a punto de memoria."
Pri Fierro (e o gostosinho ato de conhecer coisas jamais escutadas antes)

quinta-feira, 8 de março de 2012

Mulher.

Os papéis iguais sempre foram muito claros para mim
"Somos iguais.", eu sempre afirmei ao mundo que me coloca como castrada diante de todos.
Saem para trabalhar, voltam para suas casas,
Amam homens, amam mulheres, amam filhos, amam animaizinhos, amam a vida.
A luta sempre foi muito clara para mim
"SOMOS IGUAIS.", eu sempre afirmei, de peito nu, ao mundo que me rotula como frágil.
Carregam ou não úteros férteis, hoje já não é necessário procriar,
Se enfeitam com a beleza do mundo, de curvas e cinturas, de formas e larguras, de finuras e dengos.
De ser MACHA !! Por que ser macho não significa ser forte.
Ser forte é ser mulher,
E as mulheres, sim, entendem isso.

Pri Fierro (nem consigo dizer o quanto amo ser mulher, o quanto amo mulheres e o quanto temos, ainda, que lutar e usar esse nosso dia para afirmar isso.)

Lhe disseram:


 
"Amor ? Produção artística pura. Dor ? Continuação da própria."
O cara que lhe dizia as tais palavras fumava seu terceiro cigarro em menos de uma hora. Por acaso do destino, era seu terceiro encontro em três semanas. Não era artísta. Não acreditava no amor. Nem na dor. Teve vontade de apagar aquela pequena ponta iluminada em um de seus olhos esverdeados, só pelo prazer sádico de provar que a dor não era mera fragilidade do homem - ela estava presente !
Tanto no corpo, quanto na alma. Como o amor .. que nem mencionou !
O cara havia deixado de impressioná-la assim que tratou de convencê-la que amar/gostar/querer/se apaixonar era, nada mais nada menos, do que falta do que fazer da vida ! Outra vontadinha sádica prazerosa de meter-lhe os dedos na jugular, com força, um só golpe, até que perdesse o ar !
Então, o cara pensava mesmo que ela preferia sofrer por gostar do que trabalhar ?!
Cara de indignação permanente, era sua única expressão.
E ele falava, e ela bebia...

Bebia toda a produção artística entalada na sua própria jugular.
Pri Fierro

sexta-feira, 2 de março de 2012

Tempo



"Mudam-se os amores, as pessoas, tudo muda. Só o tempo que continua... sempre passando."

Os sorrisos, os olhares, as brigas, as palavras... cruzam sempre com o tempo. O tempo têm calma e distância. Quero viver assim, quero gravar tudo em mim, não quero viver nada por incompleto. Quero ser livre.
É o tempo, só o tempo. Nele deixei coisas tristes, e agora quero respirar coisas boas, quero ao meu lado pessoas boas também.

Para isso entrego ao tempo todo o meu medo desnecessário e as energias ruins. Que ele me proteja da pressa.

Será que o tempo me trará pessoas boas? E mais uma vez o destino e o tempo se juntaram para me pregar uma peça, ficarei sem saber a resposta.

Peço energias boas ao destino. E ao tempo? Peço uma pausa de tranquilidade e de amor.

Fim.



Obs. Essa foto significa amor para mim. Amor! Amor! Tranquilidade! Amor! Amor! Ela é o meu tempo.

Thati.oc

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Mais uma dose!

Ao som do Coldplay que eu vou tentando levar tudo em poucas doses. Eu só queria ter a certeza que tudo isso vale a pena. Você sabe do que eu estou falando, não sabe? Eu digo de uma esperança nesse mundo sem esperança.

Queria doses certas de tudo. Eu queria ser a minha dose certa.

Acho que ser dura com tudo não adiantou muito. Pois do que eu me protegia veio junto com a solidão.
E você que fez diferente, o que você me diz? Tudo isso que encontramos nos poemas e olhares existem mesmo? Nada é normal né?

Thatiane Oliveira

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Algo de Anaïs Nin (Diários)


“O ímpeto de crescer e viver intensamente foi tão forte em mim que não consegui resistir a ele. Enfrentei meus sentimentos. A vida não é racional; é louca e cheia de mágoa. Mas não quero viver comigo mesma. Quero paixão, prazer, barulho, bebedeira e todo o mal. Quero ouvir música rouca, ver rostos, roçar em corpos, beber um Benedictine ardente. Quero conhecer pessoas perversas, ser íntima delas. Quero morder a vida e ser despedaçada por ela. Eu estava esperando. Esta é a hora da expansão, do viver verdadeiro. Todo o resto foi uma preparação. A verdade é que sou inconstante, com estímulos sensuais em muitas direções. Fiquei docemente adormecida por alguns séculos e entrei em erupção sem avisar.”

Pri Fierro (sem avisar...)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Bilhetinho



- Oi?
(Ele sorri, mas ela não vê.)

- Pode falar comigo!
(Ele não responde nada.)

- Aqui dentro tá uma bagunça. Mas tô disposta a mudar. Talvez.
(Ele ainda fica em silêncio.)

Ela se desespera por não receber nenhuma resposta, e acaba achando que ninguém conseguira ajudá-la a pegar todos os cacos de vidro de seus sentimentos. Até mesmo daqueles que nunca existiram. Como pode isso?

Acho que se chama amor. Oras, então ele existe dentro dela. Quando será que ela descobrirá?


- Por favor, me responda. Eu preciso de um olhar. Apenas preciso saber que você está ai.


O rapaz até agora não respondeu... e ela continua acreditando que ele deixará apenas um bilhete avisando quando irá chegar.  

Thatiane.oc

Almas e lembranças



Amiga,


Eu te amo, e não tem nada igual ao que nós temos. É uma questão de calma e alma. Vamos seguir em frente. Porque em algum lugar faremos o nosso espaço. O mundo é nosso, e não a gente do mundo. Não podemos aceitar essas situações de hipocrisia, essas pessoas pequenas que nos oferecem pouco. O mundo não pode se resumir ao que não nos dão.

Eu adoro ficar em casa conversando e tomando uma cerveja. E outros diversos segredos meus que eu já lhe disse, ou os que eu nem precisei falar. E não consigo aceitar que tenho que mudar. O mundo terá que se encaixar ao que o dermos como felicidade e tristeza.
.
Vamos arrumar nossas malas e sem deixar nada daremos um jeito de deixar tudo e seguir o que ontem foi um sonho. Vai dar certo. Tem que dar certo.Nós não somos apenas lembranças, somos almas e sorrisos.

Sinto sua falta de todo o meu coração.

Até breve,

sua amiga.

Thatiane.oc

Confissões



É uma saudade que está latejando em todos os meus sentimentos. Toda vez que eu sinto alguma coisa, eu quero encontrar e falar. Parece que a distância vai aumentando com forme o tempo vai se acabando. Até quando? É o mesmo que não matar a fome.
Eu preciso fazer alguma coisa? Posso parar o tempo? Posso diminuir a distância? Posso falar quando eu quiser?

- Oi? Tem alguém que possa me ouvir?

Já de início eu me encontro sozinha. O meu meio eu quero que chegue amanhã, e o meu final eu não quero vivendo sob essa distância. Acho que comecei de forma contrária a viver. Isso vai me fazer bem?

Eu sinto falta do calor.. Eu sinto falta de palavras sinceras, de mentiras verdadeiras, do olhar, do sorriso, da amizade.

Aqui não vejo nada disso, e quando eu vejo não é o que eu busco. Não existe nada que eu me identifique. Só continuo aqui sentada e escrevendo, porque eu sempre fui teimosa e intuitiva, e talvez eu esteja certa de que tem um futuro melhor nos esperando.

Enquanto isso eu sinto falta... falta.. falta..falta...falta.. e assim eu continuo, até não sentir mais falta do ausente, porque ele sempre estará presente.

Como eu vou lidar com tudo isso sozinha? Eu estou deprimida? Eu preciso fazer o que para me mover? EU NÃO CONSIGO!
Quando eu olhei eu estava sozinha novamente. Eu não espera isso. Eu quero o que está logo ali. Mas quero que os que estão longe também estivessem ali. Tenho medo de sair assim. Enquanto isso fico esperando até que chegue alguém e consiga me tirar daqui.

Eu preciso de palavras sinceras, sorrisos, cumplicidade, amizade e diversão.

Vamos manter a nossa calma, porque é impossível isso continuar sendo tão difícil assim para sempre. Tem que dar certo. Tem uma força maior no guiando, não podemos ficar paradas. Deus está nos olhando! Tem que estar! E não podemos apenas ficar nos olhando como um reflexo, temos que agir! Ah, como isso dói.

Não consigo entender o que escrevi e muito menos o que estou sentindo.
Vou escrever outro texto com palavras que eu possa acreditar e admitir.

Thatiane.oc



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Ela, que quase parou...

Sentiu a maior necessidade, em meses, de movimentar-se. Foi estranho, apenas havia levantado-se da cama para um pouco de água (os infernos das noites quentes do começo de ano) quando sentiu um golpe no estômago, que se contorceu de dor, e uma ansiedade subiu pelo pescoço branco, quebrando seus globos oculares e ..

Cacete !

Foram meses parada dentro de sí, estagnada, fechada, sem realmente sentir os toques que recebera, sem nem ao menos sentir os toques próprios. Caralho ! Se não se movia, como seguiria ?! A andança lá na frente a esperava, toda cheia de teias, cansada de tanta lerdeza:

- Viu, se você não caminha nada caminha, minha filha ! Vamos, se mexa que existe seguimento em tudo dessa vida. Há vinda, há ida, há hoje, amanhã e ontem. Sua bagagem não vai se perder totalmente ! Vai, se mexe ! Se mexe que já cansei de tanto parar.

É, o estômago dolorido concordou. Ai, maldita ânsia de sair caminhando, nua, no calor infernal do carnaval ! Agarrada a tudo que lhe somava ! Inclusive saudade ! AH, ia seguir ! Se ia !!
Porra, como queria que houvesse movimento se seguia parada ? Assim ?!

Foi, viu tudo ao fechar os olhos cheios de lágrimas, todos aí, por aí, vivendo e amando e ela deu-se conta de que fazia tudo errado, não era assim que as coisas tinham que ser. Nãnãninánão ! Queria ir, leve, de peitos expostos, voltar pra vida e sentir o movimento que aceitava e amava ! Movimento que admirava em tanta gente que lhe importava, não importava situação nenhuma.

Amiga, amigo, enamorada, paixãozinha, família, bebê, beleza, bonita, carinho, admirado, saudosa, quanto tempo ! Queria tudo isso e mais um pouco ! Queria sentir ! Queria correr !
Queria era é se mover. Com mil amores que carregava no peito, sem ninguém saber, sem importar a ninguém. Eram dela e que se foda. Queria caminha e correr por ela, com ela. Era, de novo, o centro de seu próprio mundo.
Caralho, quanto tempo fazia que o corpinho roliço nao se movia ??!

Pri Fierro (talvez não perceba, mas ajudou mesmo sem querer. ei, obrigada !)

Bloco da felicidade



Hoje eu levantei, me arrumei e agora vou para o Bloco! Ver um pouco da felicidade em todos os cantos. Ver a minha alegria passar e correr atrás dela. Porque hoje ninguém me tira do sério, hoje é dia de Bloco!
Não será como no ano passado, porque hoje eu cresci e aprendi a ignorar bem melhor! E tem um bloco para me acompanhar. E quero usar o carnaval para gritar a esperança, a alegria, a hipocrisia, a falsidade, o amor, a grosseria. Quero gritar pessoas também. E que o carnaval consiga me gritar também.

Tenho que correr agora porque o tempo passa e tem muitas coisas que ainda quero ver, e se eu demorar não vejo a partida do Bloco. Seria triste ele ir sozinho.

Aos que não entendem o bloco: Não há o que se entender! Há o que se respirar dele. Seguir o bloco não é benefício de todos.

Thatiane.oc


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Lamúrias de um auto retrato alternativo.


O espelho que reflete o corpo que você quer ver.
O espelho dos outros não é o reflexo que sua mente te engana, te mente.
A beleza vai da gente pro espelho.
Ah, a distorção de imagem .. tão verdadeira imagem ...

Pri Fierro

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Tabuleiro

Mais uma vez você vem com as suas palavras em silêncio. Como quem diz muito e não quer sentir nada. Eu precisava mesmo de alguém que me desafiasse. Pensei que fosse você. Mas não! Talvez você seja o seu maior desafio. Boa sorte.

E eu fico como um jogo dentro de mim. Onde apenas movo as peças. Enquanto todos ao meu redor sabem para onde estão indo, e eu estou ali ao lado de espaços vazios. Quem é o próximo a jogar?

Thatiane.oc

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Se perguntou:

- Aquele senhor que tanto sorri, de tão bom humor, no meio das caras amarradas que esbarram e passam por aí como se nada existisse, virá do fato de nada ver desse mundo todo amarrado ?!

Pri Fierro (no centro de São Paulo)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Um pedacinho de nota.

Uma sensação de acalento no peito, ternura nos olhos, cosquinhas no estômago, quando vem aquela certeza de que você nunca se enganou com o que você vê naqueles outros que estão por todos os lados.
Os seus lados, próximos, distantes, presentes, passados...

Pri Fierro