quinta-feira, 26 de julho de 2012

O fim do arrependimento

Uma noite dessas, em seus sonhos inacabados, uma voz salgada de lagrimas indagou-a de frente. Metendo cara, coragem, uteros e todo quanto tipo de entranhas pra fora, para que ela de fato pensasse ... Não. Para que ela de fato sentisse a resposta da pergunta que viria a seguir:

- Arrependimentos são validos ?

Encarou o proprio rosto no espelho fundo daquelas palavras, magoadas. Fechou os olhos e pensou no machucado ja conhecido, velho companheiro, que mais uma vez, por motivos repetidos, pulsava em seu corpo. Sentiu um vazio grande, um enorme buraco negro engolindo tudo que acreditava ser verdade. Um vazio maior, como se o que tapava ele um pouco tivesse ido embora, mesmo apos um aparente arrependimento.

Queria gritar e acordar, mas a voz salgada lhe prendia naquelas sensações que não lhe deixavam dormir.

Arrependida, calada, sem ação - mais outra vez - deitou nua no chão frio do sonho, sentiu a dor do corpo, a tristeza do peito e respirou o fim do que nunca havia começado.

Pri Fierro

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