domingo, 8 de setembro de 2013

(desabafo)

Acordei sedenta de saudade
Uma saudade desumana
Corrosiva
Uma saudade de você.
Um peito apertado, saudoso, faminto de você.
A imagem que gira, repete, se transveste de você.

E me perguntam se quero tudo, metade, nada;
Afirmo sem pensar - quero qualquer coisa, menos essa saudade de matar.

Priscilla Fierro (esse tava entalado)

Questionamentos, pra não dizer outra coisa.

Sentada no café, livro em mãos. Levanta a cabeça, olha em volta. Cada pessoa, cada doce, cada fala. Ouve, tateia, cheira. Suspira.
O que pensam ? O que fazem ? Se olham nus nos espelhos de suas casa ? Tem espelhos em suas casas ? Dormem muito ? Pouco ? Não dormem ? Transam com muitos ? Transam com todas ? Se masturbam ? Choram de saudade ? Sorriem com tristeza ? Matam formigas com pó de café ?
Quem são ?
Quem sou ?
Suspira...

Priscilla Fierro

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O dia que resolvi, mas não mudei.

Um eterno debate mental, um inferno no estômago carcomendo as paredes, borbulhando o suco amarelo azedo, subindo ao pulmão gelatinoso que sinto derreter, aos poucos, com cada soco que a cabeça manda o coração acertar.
Uma discussão interna sem meio, sem fim, com mil começos secundários que aparecem com lembranças, anseios, medos, duvidas, medos, duvidas, medos, anseios, lembranças, lembranças, lembranças, duvidas duvidas duvidas duvidas duvidas. Medos.
Grita de lá, sussurra de cá, choraminga, esperneia, se mutila internamente adoecendo o corpo cansado de nada, exausto de tudo, morto de vida.
As pernas pisam no chão frio e logo o peito grita uma bocada de ar que impede de continuar. E quando os olhos abertos nada podem enxergar, só resta fechá-los pra sentir o prazer de não estar.

Priscilla Fierro