domingo, 23 de junho de 2013

Decidi começar uma arrumação

Existe uma pulsação na bagunça do pequeno ambiente que acordo e durmo todos os dias. Uma pulsação estranha, pesada, densa, que me faz caminhar nas pontas dos pés com medo de pisar em qualquer coisa frágil demais, fácil de se quebrar. Caminho aos poucos, procurando algo aqui, perdendo algo lá, guardando, tirando, buscando conviver em harmonia nesse quartinho tão angustiante, desordenado, confuso, amontoado. É uma mesmice ambiental que grita com uma bocarra de ar que a mudança venha depressa. Mesmice de discurso, mesmice de necessidade, mesmice de mesmice da mesma coisa de sempre. Intenso sentimento de precisar, sentir vontade, querer colocar tudo em uma ordem cronológica e tranqüila, onde se possa caminhar, tirar, achar, guardar e não romper com tudo !
É pedir demais ter, por uma semana, o ambiente apaziguado em uma calma inexplicável ?
Aquela de um silencio confortável, com uma brisa no rosto e nenhuma dor nos pulmões....
O quartinho pede arrego. Pede que o deixe em paz em sua bagunça. Ele fica aqui, me encarando como um espelho limpo e direto, pedindo que eu deixe tudo como está.
O quarto tem medo de se organizar e se perder numa ordem que não lhe é familiar....

Priscilla Fierro (fragmentando-me)

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