sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sobre o tempo




Veio como uma brisa. Naquela noite tudo o que eu mais queria era andar sozinha. Então, as janelas se abriram. Todos os papéis voaram em direção ao mar. A previsão do tempo estava certa, a ventania era forte. (Toda noite eu olhava a previsão ansiosa para ver quando iria mudar). A minha vontade não era de fechar as janelas, era a de abrir as portas também. Abrir tudo. O vento sempre trouxe coisas boas e ruins, ultimamente apenas ruins. Sentia-me como se corresse contra o tempo. Até que essa noite chegou e tudo o que consegui fazer era sentir o vento correndo sobre seus pensamentos da forma mais doce possível.
Tudo começo quando vi que o mundo era maior do que se pode imaginar. Passei a pensar não no que não tinha, mas sim no que tenho, e como isso a ventania foi apaziguando e me deixando respirar.
Certa vez me disseram: “O vento vai dizer lento o que virá,”. Mas isso foi uma hipocrisia. Não a música do Los Hermanos, e sim a de quem me dizia tais palavras. Não basta o vento trazer, há de se querer para fazer. O vento deixou de passar por você, e hoje a única coisa que me lembro de você, não foi o que você deixou o vento trazer, e sim o que você fez para mim. Qual foi o seu mal? Foi o de não deixar-se ser, ou o de não usar apenas a sinceridade.    
Agora as coisas são mais doces, está tudo no lugar certo. A ventania parou, e ela viu que a raiva que tinha sobre o vento, não era culpa do próprio tempo, e sim a de quem dizia usá-lo. Hoje pessoas diferentes trouxeram com o vento a forma mais tranquila de ouvir o soar dos pássaros e a brisa. Agora  sinto os pássaros cantarolando baixinho e suavemente sobre o amor, e com a brisa em sinto outro beijo que me traz paz.

O tempo foge da gente.  

Thatiane.oc

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