segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O Sol

O sol brincava entre a pele fina que vivia entre os dedos das mãos da menina, via alí, naquele sol, uma válvula de escape do sistema aonde fora jogada cedo, pequena, quando nem abrir os olhos direito sabia.
Como em uma dança abria e fechava os olhos grandes, fazendo graça para o sol que comtemplava suas dúvidas e raivas, furiosas, queimando em sua cabeça.
A luz ia e vinha como quem dá luz e vai, deixando a menina viver do tal jeito que nem sempre concordaria.
Balançou rápido a cabeça, espantou a tristeza e tapou o sol com a mão, queimando as veias e as linhas que desenhavam sua vida - já dizia a cigana.
Agarrou o astro rei na palma da mão, sentiu queimar, meteu-o todinho na boca, sentiu borbulhar e cuspiu longe, junto com a vida que não desejaria.

O sol botou fogo no sistema e ela, a menina, riu da patifaria.

Pri Fierro (sem um certo sentido)

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