domingo, 10 de abril de 2011

Dialogando sozinha.



- Uma hora parece que eu desencanei de verdade, aí eu fico aliviada, meu peito não pesa e eu saio sorrindo pra vida, olhando pra mil outras pessoas, desejando cada uma delas, beijando as que eu estou afim.. eu bebo mas não pra deixar de pensar em você, eu bebo porque eu gosto de beber. Mas, de repente, em qualquer dia, quase a qualquer momento, meu peito se enche de água que logo estoura e insiste em sair por meus olhos que não resistem e choram a sua falta. Uma falta doentia de consumir o mundo todo em que estou sem eu mesma querer, pedindo um copo de algo forte e me fazendo beber para te afogar aqui dentro ! É uma saudade, uma vontade, um sentimento que eu não sei explicar !! E eu choro e escuto as músicas que a gente gosta, penso em pequenas coisas que, para mim, são enormes e lamento, escondido do mundo, esse desencontro de sentimentos...

Ela olha pra ele com os olhos cheios de lágrimas, interrogando. Boca franzida, olhos tristonhos.

- Pior que eu insisto nessa falta, e engulo toda a dor que ela me traz, chego a gozar com ela enquanto as lágrimas insistem em melar toda a minha cara ! E me torturo mais, me perguntando se, será que sou a única imbecíl a sentir falta nessa relação inexistente ou se você, por algum momento, pensa em mim e também tem essa vontade louca das coisas não serem mais assim !!! É estúpido demais, e eu sei que passa.. mas me dói tanto que parece que nunca mais, no resto dos meus dias, meu corpo vai voltar a ser o que era antes de você; ruim, frio e alheio a toda essa merda que as pessoas insistem em gostar de fazer: GOSTAR.

Ele não ouviu uma palavra, continuava rindo com os amigos no bar. Ela fingia toda a indiferença que alguém pode tentar fingir. Bebeu um longo trago do copo do amigo ao lado, sem fazer careta, sem deixar de fitá-lo.

- Mais uma cerveja ?!
- Pode ser...

Talvez se ela tivesse falado...

Pri Fierro (resolvendo mexer em rascunhos BEM antigos, perdidos por aqui)

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