quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Rascunho




Eram pequenininhos. Eu queria só entrar no mundo, ou ele em mim. Queria só fazer parte. Sinto-me fraca quando tenho esses sentimentos. Um sentimento de culpa. De talvez por não ser capaz. Sinto-me culpada por sentir isso.
Queria terminar de chorar para sorrir novamente. Ter ao meu lado aquelas pessoas que eu sonho sempre. Eu acordo e estou sonhando, eu durmo e estou vivendo. Ficou assim.
Meus desejos eram tão pequenininhos que eu queria que todo mundo olhasse para eles. Sentia-me incapaz. Talvez incapaz de tê-los. Pode estar tudo atrás da minha insegurança e dos meus medos, mas eu tenho uma dose grande de teimosia e de ansiedade. Ora me atrapalha, ora não (quase sempre atrapalha).
Guardarei esse pedaço de papel rasgado em um lugar onde eu não possa mais ver. Pois se eu ler isso amanhã, já não fará mais sentindo.
Agora vou dormir para viver um pouco. E engolirei a seco a rejeição de sonhos pequenininhos ao respirar o mundo e as pessoas.
(As opiniões tem um valor maior do que seus próprios sonhos, apenas ela não conseguia ver isso. Ou se enganava. E se sentia tão pequenininha quanto seus sonhos)
“Não sei o que quero e, quando descobrir, não preciso mais. Acho que quero entender. Quando escrevo, vou descobrindo, aprendendo. É um exercício de aprendizagem da vida.”
 – Clarice Lispector

Thatiane.oc

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